quarta-feira, 30 de junho de 2010

29/06/2010



Estava andando pela rua, indo para o colégio, era uma e meia da tarde, com os fones no ouvido com a música a todo volume, meu habitual. A música para, é substituída pelo toque do celular, eu atendo, era meu pai falando. Sua voz estava calma, como sempre que me ligava, ele falava com uma naturalidade, como se todos os dias ele virasse pai novamente, como se todo dia a minha irmã viesse ao mundo. Ele falava normal, como se nada tivesse acontecido: “Oi filha, tudo bem?” “tudo pai, e contigo?” “Ah, comigo ta tudo bem”- Naquele momento minha cabeça fez um baque e eu simplesmente gritei ao telefone: “A BETINA NASCEU?” ele riu e falou “sim Nathi, ela nasceu". No mesmo segundo, em minha cabeça começaram a se formar inúmeras perguntas e fui soltando-as sem ao menos parar pra respirar. Meu pai foi respondendo a todas elas com um ar divertido e calmo. Combinamos que logo após minha irmã sair da maternidade, eu a conheceria.
A noite, quando menos esperava, o celular vibrou em minha bolsa, eu á abri, coloquei na caixa de entrada e vi o remetente: Pai. Abri a mensagem e lá vi a foto dela, minha irmã, com uma roupinha rosa, olhinhos castanhos, tão linda, tão frágil, tão pequena...
Aquele foi o momento mais feliz do ano, talvez um dos melhores momentos da minha vida. Meu maior sonho tinha se realizado; eu tinha uma irmã, a minha irmã, a minha Betina.
E o melhor é que eu sei, que isso tudo é apenas o começo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Despertar


Não é que o sentimento tenha acabado, ele continua, nada neste sentido mudou.
O que mudou foi a forma de te ver. Acabou a ilusão do perfeito, o pensamento infantil de que um “príncipe encantado” existe também já se foi. Agora já vejo o tempo de duração dos teus “grandes amores”, a imensa importância dos números na tua vida, a falsidade das tuas palavras e dos teus sentimentos.
E mesmo depois de tanto tempo, ainda tenho esperança de te mudar, te melhorar.
Mas não posso mais esperar, não posso e não vou mais perder meu tempo com ilusões, esperando você chegar em cima do seu skate velho, se aproximar cantando a nossa música como pedido de desculpas e vir ao meu encontro falando “blé”.
Cansei de sonhar esperando o passado voltar, de nada acontecer, de ver os dias passarem e notar essa distancia cada vez maior. Eu admito, ainda te amo, mas agora isso nada vale mais, a partir de hoje você é tudo que eu quero esquecer.

our history came to an end.


Nunca te vi como alguém perfeito, sempre soube dos seus defeitos, afinal, eu sabia tudo sobre você; cada pensamento, gesto e o que sentia. Mas isso mudou, quando deixaste de ser apenas um amigo.
Eu fiquei cega, esqueci de como meu melhor amigo era, ainda te considerava da mesma forma, meu sol, meu chão, mas comecei a te ver com olhos diferentes, apaixonados, esqueci do que você era capaz.
Posso dizer que os melhores momentos do ano que se passou foram ao seu lado. Só de te ver todo dia, te abraçar todas as manhãs já me fazia feliz. Ir nos teus jogos, sair nas tardes ensolaradas, sentir o seu perfume, te amar e saber que era correspondida me deixava totalmente realizada. Saber do seu ciúme, do medo de me perder...
Toda essa magia foi desaparecendo, ao menos pra você, por minha parte você continuava sendo o meu tudo, mas de repente, como num pesadelo, tudo acabou, meu chão caiu, eu estava perdida, no escuro, como nunca estivera antes. Naquele momento fatídico senti frio, dor, impotência, como nunca imaginei sentir. Parecia que estavam me cortando com milhares de pequenos cacos de vidro, depois derramando álcool...
Os dias que se passaram foram como se fossem nublados.
Não havia mais graça, muitas vezes pensei desistir, mas eu sabia que não valia a pena, não por você.
Talvez quem tenha me reerguido foi os meus amigos, a cada lagrima, vinha um telefonema, uma mensagem, um abraço, tudo que eu precisava. Me aguentaram nos momentos mais difíceis da minha vida, e por isso sou totalmente grata.
E agora? Agora estou bem. Já amei de novo, já me decepcionei de novo e já me reergui de novo.
Agora, espero tudo acontecer novamente.